A análise preliminar do aparelho celular do autor do ataque a creche de Blumenau não indica, na avaliação da Polícia Civil catarinense, motivação ideológica ou participação em grupos extremistas. A primeira impressão dos delegados se sustenta também nas falas do homem de 25 anos, tanto em conversas informais com policiais quanto nos interrogatórios.
— Ele (o criminoso) não relatou nenhum fato neste sentido. Pelo que consta, também não tinha nada no celular envolvendo situações como estas que você acabou de mencionar. Mas a análise ainda está no início. A gente vai aprofundar a investigação, analisar de forma um pouco mais minuciosa para concluir por este ou aquele motivo — explicou Rodrigo Raitez, um dos dois delegados que conduzem a investigação.
Os dados do celular do autor dos crimes já foram extraídos pela polícia científica catarinense, em Joinville. Os mais de 40GB de conteúdo foram repassados ao setor especializado em crimes cibernéticos, para análise minuciosa. Com a varredura deste conteúdo, a Polícia Civil pretende esclarecer se ele agiu sozinho, se integrava algum grupo de ódio e quais as motivações do ato.
— Agora, uma equipe está realizando a análise desses dados para apurar se continha informações relevantes acerca do caso, se eventualmente há coaturores e partícipes do crime, se estava envolvido em algum grupo relacionado a este tipo de crime, e detalhes que vão poder nos auxiliar a entender a motivação dos crimes — acrescentou Raitez.
A Polícia Civil também analisa imagens de câmeras de vigilância para tentar elucidar, em especial, os momentos anteriores ao crime.
Na quarta-feira, por volta das 9h, o autor do crime ingressou armado na creche Cantinho Bom Pastor e atacou uma série de crianças. Quatro morreram no local.
Na manhã desta quinta-feira, as vítimas foram sepultadas. Outras cinco, que ficaram feridas, já tiveram alta.
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